sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Corporeidade

Tomando como base a leitura do texto da aula 11 (módulo II) do Primeiro Aprender, responda as seguintes questões:


1.      Sobre corporeidade marque as alternativas corretas:

I.       é o modo de ser e estar no mundo com e através do corpo.
II.    é a exposição do corpo, visando copiar padrões estéticos.
III. é uma expressão própria dos seres humanos.
IV. é o jeito do ser humano se expressar e se comunicar.

a)     I, II e IV
b)     II, III e IV
c)     I, III e IV
d)    I, II, III
e)     todas estão corretas

2.    Complete a afirmação a seguir: “ignorando essa forma única de ser, a sociedade impõe ___________ _____________ _____________a serem seguidos, tendo os jovens como alvo predileto.

3.    O apelo para que se transforme o corpo e o adapte a um padrão corporal imposto pela cultura movimenta o mercado de consumo. Este vende uma variação de produtos e possibilidades, exceto:

a)    dietas e vitaminas
b)   suplementos alimentares
c)    bebidas alcoólicas
d)   moda esportiva
e)    ginásticas e exercícios

4. Marque V para verdadeiro e F para falso.

(   ) Publicações especializadas na “venda” do corpo são comuns em bancas
(  ) A indústria de cosméticos, produtos estéticos, cirurgia plástica e programas de TV não faz parte do mercado de consumo corporal.
(  ) O propósito é ser padrão, não há respeito à corporeidade e sim a imposição da busca do corpo dito aceitável socialmente.
(  ) Diante de um apelo diário pela busca da estética corporal ideal, o corpo não vem sendo padronizado.

5. Na sociedade, os indivíduos se encontram reféns de modelos que estampados nas mais diversas formas de venda de sua imagem, “estão prontos” a:

a) influenciar o corpo do outro a se transformar.
b) aceitar o corpo do outro como é.
c) transformar o corpo do outro de maneira forçada.
d) conscientizar o outro a se aceitar como é.
e)    Nenhuma das opções está correta.

6.    Para que possamos adquirir respeito e admiração pelo nosso corpo, precisamos estar bem cientes de:

a) nossos defeitos
b) nossa corporeidade
c)    nossa perfeição
d) nossa desigualdade
e) nenhuma das alternativas.

7. Marque as alternativas INCORRETAS:

I. a corporeidade se dá pela consciência que se deve ter do próprio corpo.
II.  é preciso aprender a se conhecer melhor, a respirar, relaxar, ter flexibilidade, ritmo, força para sustentar o peso do corpo e procurar desenvolver habilidades.
III.  essas ações se dão forma espontânea.
IV.  as habilidades corporais concretizam-se pelas atitudes de quem as procura, sendo possível que uma pessoa o faça por outra.

a) I e II
b) II e III
c) I e III
d) II e IV
e) III e IV

8. Ler e fazer o resumo do texto da apostila, " O Corpo, a Sociedade e a Educação Física" , página 67 à 69.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

"O futebol para além das quatro linhas"

         Procure imaginar a situação: você está sentado  na  platéia  para  assistir  a  uma  apresentação em sua escola. Certamente não há a preocupação, de sua parte, sobre o que possa estar ocorrendo por trás das cortinas fechadas, prontas para serem abertas e revelarem  as mais  diversas  possibilidades  e sensações. Até porque você foi ao espetáculo na condição de espectador, e como tal, seu interesse estava nas sensações proporcionadas, sejam elas de satisfação, alegria, tristeza,  indignação.  E  se  o  futebol  fosse esta apresentação e você tivesse a oportunidade de olhar por trás das cortinas, o que lhe chamaria a atenção? O que enxergaria? Com certeza, coisas que o deixariam intrigado, curioso, ou até decepcionado.
        “Os jogadores atuam, com pernas, numa representação destinada a um público de milhares ou milhões de fervorosos que assistem, das arquibancadas ou de suas casas, com o coração nas mãos. Quem escreve a peça? O técnico? A obra zomba o autor. Seu desenrolar segue o rumo do humor e da habilidade dos atores e, no final depende da sorte, que sopra como vento para onde quiser. Por isso o desenlace é sempre um mistério, para os espectadores e também para os protagonistas, salvo nos casos de suborno ou de alguma outra fatalidade do destino. Quantos teatros existem no grande teatro do futebol? Quantos cenários cabem no retângulo de grama verde? Nem todos os jogadores atuam com as pernas. Há atores magistrais.” (Eduardo Galeano, O teatro, 2004).
    O que poderemos descobrir se olharmos por trás da cortina de um espetáculo de futebol? O aluno cauteloso ao olhar diria: o futebol é um jogo, um esporte e não possui cortinas para olhar-se por trás. Outro aluno, mais audacioso, poderia ainda responder: eu sei o que acontece por trás, até porque, eu vivo no “país do futebol”, nasci com esta manifestação corporal impregnada em mim. E você, o que responderia?
        O futebol alcança importância gigantesca em nosso país, a ponto de se afirmar ser este o país do futebol. Por isso, você está convidado a espiar, através da cortina, e descobrir os ensaios e ajustes desta apresentação, bem como, aprofundar seus conhecimentos sobre o que pode vir a ser o futebol, para além das quatro linhas que circunscrevem o campo de jogo.  

                    Fecharam-se as cortinas! Vamos “espiar”?

As sensações em assistir a um jogo de futebol são as mais variadas possíveis:  raiva, apreensão, sofrimento, alegria. Tudo depende do desencadeamento dos fatos ao longo  da  partida,  depende  do  desempenho de seu time, depende da perspectiva com que se assiste a um jogo. Para alguns, a derrota de seu  time é motivo de  insatisfação,  brigas,  verdadeiras  guerras. Outras pessoas, ao assistirem ao  jogo do  time do coração,  saem felizes, respeitam os torcedores adversários, sentem satisfação independente  do  que  possa  vir acontecer ao longo da disputa.
        Um  jogo de  futebol pode  reservar  lances  mágicos,  seguidos de encantamento, próprios do futebol. Pelé, Garrincha, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho,  todos  jogadores espetaculares, que saíram da miséria, e talvez da criminalidade, para ganharem o mundo, com um futebol de encher nossos olhos, e conquistarem milhões de fãs pelos clubes que passaram.
       “Há um jogo que se passa no campo, jogado pelos jogadores como atividade profissional e esportiva. Há um outro jogo que se passa na vida real, jogado pela população brasileira, na sua constante busca de mudança para seu destino. E um terceiro jogo jogado no “outro mundo”, onde entidades são chamadas para influenciar no evento e, assim fazendo, promover transformações nas diferentes posições sociais envolvidas no evento esportivo. Tudo isso revela como uma dada instituição, no caso o Football Association, inventado pelos ingleses, pode ser diferencialmente apropriada.” (DAMATTA 1982, p.107).
Bem, mas você deve estar cansado de saber que existem brigas, que o futebol é um espetáculo muito raro aos nossos olhos, que existem jogadores muito bem pagos e que saíram da mais completa miséria. O que pretendemos aqui é  fazê-lo pensar um pouco  sobre  tudo que acabamos de falar, de uma forma diferente daquela que está acostumado a ver e a ouvir. Convidamos você a assistir ao espetáculo do futebol atrás das cortinas, a espiar algumas supostas verdades e a desconstruir muitas outras, oportunizando uma viagem aos camarotes do mundo da bola.
        Iniciamos apresentando um pouco do que alguns estudiosos  têm escrito e pensado sobre este esporte,  jogo, espetáculo; para discutirmos onde se passa o jogo – na vida ou no campo – e como nos são retransmitidas estas disputas. 

Futebol, ópio do povo: A ideologia das massas

    “Esporte é Saúde”, “Esporte é Energia”, Esporte é Integração Nacional”. Tudo verdade e tudo mentira. (...) Claro que o esporte ajuda a integração nacional, mas a atenção demasiada aos pés do jogador e do couro da vaca dá desintegração nacional, pois o homem se aposenta de ser consciente e livre (...)”. (NADAL, 1978).
        O autor da citação acima está falando de que tipo de consciência? Será que da consciência social, aquela que diferencia o homem de um animal? O que significa ter consciência? Como é formada nossa consciência?
É a partir desta última pergunta que iniciaremos nossa discussão sobre o futebol como ópio do povo. Ópio é um analgésico muito potente, e faz nosso cérebro funcionar mais devagar. Disto é possível supor o porquê da expressão que relaciona o futebol a uma espécie de contaminação da consciência crítica do ser humano.
        A consciência é formada a partir de inúmeras questões de ordem política, econômica e ideológica, que assumem importância em determinados períodos históricos na conformação ou efervescência da população. A  ideologia,  conceito do qual  tanto ouvimos  falar,  tem, na maioria das vezes, seu real significado pouco discutido. Você já deve ter ouvido falar que cada um tem uma ideologia, ou que devemos ter nossas próprias ideologias. Será que ideologia é, então, a mesma coisa que ideais a serem alcançados por cada um de nós?
    Karl Marx (1818-1883), importante pensador na história da humanidade, conceituou ideologia a partir da dinâmica da luta de classes. Ou  seja, para ele, a ideologia está colocada na luta entre aqueles que dominam e aqueles que são dominados. Veja um trecho que Marx escreveu sobre ideologia:
        “Com efeito, cada  nova classe que toma o lugar da que dominava antes dela é obrigada, para alcançar os fins a que se propõe, a apresentar seus interesses como sendo o interesse comum de todos os membros da sociedade, isto é, para expressar isso mesmo em termos ideais: é obrigada a emprestar às suas idéias a forma de universalidade, a apresentá-las como sendo as únicas racionais, as únicas universalmente válidas”.  (MARX, 1987, p.74).
Assim, os dominantes apresentam suas idéias como únicas válidas e verdadeiras e perseguem, excluem ou exterminam aqueles que as contestam. A ditadura militar vivida pelo Brasil, entre os anos 60 e 80 do século XX, é um bom exemplo disso. Você já ouviu falar das torturas aplicadas àqueles que não “seguiam a ordem” estabelecida, ou contestavam o governo? Do exílio de autoridades e pessoas comuns que fugiam do país para não serem mortas, permitindo que o governo autoritário mantivesse a sua “ordem”? Enifm, nossa história está repleta de acontecimentos em que a ideologia das classes dominantes era imposta como doutrina, impossível de ser contestada.
        Mas como a ideologia pode ser transmitida à população? Por meio de vários canais, tais como: a mídia televisiva, os jornais, revistas, discursos, ou até mesmo as leis de censura próprias dos governos autoritários, como foi o caso do Brasil no período do regime militar.
        Os defensores do futebol, como ópio do povo, entendiam este esporte como uma das possibilidades de veiculação ideológica do pensamento da classe dominante. 
    Na década de 70, para neutralizar a oposição ao regime, o governo fez uso de vários instrumentos de coerção. Da censura aos meios de comunicação, às manifestações artísticas, às prisões, torturas, assassinatos, cassação de mandatos, banimento do país e aposentadorias forçadas, espalhou-se o medo e a violência. Os setores organizados da sociedade passaram a viver sob um clima de terrorismo, principalmente após o fechamento do Congresso Nacional, em 1966.
        Para amenizar essas crises, o governo do presidente Médici (1969-1974)  lançou mão do  futebol como possibilidade de desviar a atenção da população dos conflitos políticos da época. O objetivo era que, ao invés das pessoas saírem às ruas para participar de manifestações políticas, ficariam em suas casas torcendo pela seleção brasileira numa “corrente pra frente”, como diz a música de Miguel Gustavo, “Pra frente Brasil”. O governo militar utilizou-se da vitória da seleção, no mundial de 1970, para desviar a atenção da crise econômica, dos problemas  sociais e políticos e, principalmente, das atitudes autoritárias relacionadas  às  torturas,  perseguições  e mortes,  freqüentes  naquele período triste de nossa história.
Mais recentemente, em 2004, a visita do futebol brasileiro ao Haiti  foi o evento que voltou a vincular,  ostensivamente,  o  futebol  à  função  de “ópio do povo”. Muito se falou na mídia a respeito desta visita. Você se lembra das notícias que circularam nesta época?
        Procurando realizar nosso exercício, aquele de “espiar” o que  estaria  escondido  atrás das  cortinas deste episódio, acompanhemos uma reportagem apresentada ao jornal Folha de São Paulo, realizada em  função da visita da  seleção brasileira ao Haiti.

Futebol não afasta pavor do Haiti

Escrito por Marcos Guterman


        Ronaldo não é Henri Cristophe, mas teve seus momentos de rei do Haiti. Em “O Dia em que o Brasil Esteve Aqui”, o craque aparece em uma dimensão impressionante mesmo para um espectador brasileiro, orgulhoso de seu “país do futebol”. Mas o filme, feito para registrar os efeitos da histórica passagem da seleção de futebol do Brasil pelo Haiti, em agosto de 2004, na verdade pode ser visto como um incômodo lembrete de como o país antilhano continua a ser um espectro a rondar o horizonte brasileiro.
        Há pouco mais de 200 anos, o Haiti tornava-se a primeira nação negra independente das Américas. A revolução, cuja violência deixou marcas históricas, sacudiu o imaginário da elite brasileira da época, temerosa que o 1,5 milhão de escravos do país se inspirasse nos haitianos. “Haitianismo” virou nome de crime e pesadelo no Brasil. Os dois séculos de lá até aqui não parecem ter mudado essencialmente essa relação.
    No documentário, a seleção brasileira aparece como representante do que há de mais significativo da cultura nacional, coisa capaz de enlouquecer os países por onde passa, sobretudo os mais pobres. Na véspera do amistoso contra o Haiti, soldados brasileiros distribuíram nas ruas camisetas amarelas, disputadas como se  fossem sacos de comida. Um  jornalista haitiano sugere que esse é o autêntico “soft power”, isto é, o poder de conquistar corações e mentes por meios persuasivos.
        Mas os astros dessa poderosa trupe são endinheirados exilados na fria Europa, e seu traço negro é só uma pálida lembrança dos 400 anos de escravidão no Brasil. Em cima de carros blindados da ONU, desfilaram pelas ruas de Porto Príncipe como imperadores em meio a uma inacreditável multidão de miseráveis súditos que se empilharam para ter o privilégio de ver seus deuses por uma fração de segundo, se tanto.
        A seleção, símbolo de um Brasil cuja identidade foi construída no passado recente em cima da lenda da democracia racial, manteve um prudente distanciamento dessa massa negra informe. Sob forte proteção, o time chegou, entrou em campo, goleou e foi embora, sem maior envolvimento, o que causou uma mal disfarçada frustração entre os haitianos.
O comando militar brasileiro alegou que a visita da seleção foi rápida para evitar tumultos que poderiam converter-se em violência. Mas, no limite, talvez tenha sido medo de contaminação, o velho pavor da elite brasileira.
        Ao final do documentário, o que se impõe não é a força do futebol nem o acerto da iniciativa brasileira, e sim uma incômoda pergunta: quanto falta para sermos o Haiti?
        Tanto em 1970 como em 2004, o  futebol  funcionou como válvula de escape para os problemas sociais, ora para o povo brasileiro, de maneira direta; ora indiretamente para o povo haitiano. O interesse do governo Médici e do governo haitiano, nestes dois eventos, foi distrair a população, “aliviar” conseqüências da instabilidade política do país em questão com o uso do papel simbólico que o futebol assumiu historicamente.

Futebol: a formação da identidade nacional

    A  nossa  discussão  a  respeito  do  futebol  apresentará,  também,  o pensamento de outro autor, para quem esse esporte é manifestação da cultura do povo e constituidor da identidade da nação brasileira.
        Você deve pensar: como um esporte, ou  jogo, pode se constituir  num objeto que identifica uma nação? Identidade estranha quando se pensa em um esporte que veio de fora do país e hoje anunciamos aos quatro cantos, como se fosse nossa invenção. Segundo o antropólogo Roberto DaMatta, “ ... sabemos que o futebol brasileiro se distingue do europeu pela sua improvisação e individualidade dos jogadores que têm, caracteristicamente, um alto controle da bola. Deste modo, o futebol é, na sociedade brasileira, uma fonte de individualização e possibilidades de expressão individual, muito mais do que um instrumento de coletivização ao nível pessoal ou das massas. Realmente, é pelo futebol praticado nas grandes cidades brasileiras, em clubes que nada têm de recipientes de ideologias sociais, que o povo brasileiro pode se sentir individualizado e personalizado. Do mesmo modo, e pela mesma lógica, é dentro de um time de futebol que um membro dessa massa anônima e desconhecida pode tornar-se uma estrela e assim ganhar o centro das atenções como pessoa, como uma personalidade singular, insubstituível e capaz de despertar atenções.” (DAMATTA, 1982, p. 27).
    É necessário pensar o  futebol como algo ainda mais complexo e poderoso do que um instrumento de ideologia das massas e do mercado. Propomos pensá-lo como possibilidade de desenvolver formas solidárias e cooperativas de organização da sociedade. Neste sentido, o futebol seria um esporte, uma prática corporal capaz de fazer refletir sobre diferentes maneiras de organização política e social.
        Nesta perspectiva, o futebol organizado nas ruas, pelas comunidades locais, pode se tornar a vitrine de nossa identidade nacional. Esses times que se constituem nas relações sociais democráticas e solidárias, que objetivam a diversão e a integração da comunidade, surgem como exemplos de possíveis organizações políticas alternativas.
        O futebol de várzea, de pelada, aquele que você organiza na sua comunidade, na sua rua, cumpre um papel importante na caminhada rumo à superação de dificuldades e, principalmente, da personalização singular do brasileiro como povo característico e criador de uma cultura própria.
       Quando nos colocamos como atores deste espetáculo, muitos problemas podem surgir, principalmente, se você analisar qual o grande público que participa dos jogos organizados nas ruas. Os homens ainda representam a maioria dos praticantes de futebol, embora isso venha mudando com uma freqüência cada vez maior. As mulheres têm conquistado seus espaços, o que pode demonstrar o que dissemos anteriormente, sobre a  importância do  futebol na discussão de problemas sociais. Nunca é demais lembrá-lo que o futebol deve ser praticado por toda a turma, e isso inclui todos e todas, meninos e meninas, sem distinção. 
        Vamos tentar organizar algumas atividades que propiciem a vivência do futebol praticado na rua, no qual você é o protagonista e, assim sendo,  responsável por discutir e  solucionar os problemas que possam surgir.

Futebol: “Um negócio da China”
    Agora que você conhece um pouco mais sobre as possibilidades de compreensão do futebol, vamos problematizar algumas questões, principalmente no que se refere à importância desta prática corporal, no cenário social e esportivo, bem como no desenvolvimento dos negócios de maneira em geral.
        O cenário esportivo e dos negócios andam juntos, constituem o cenário nacional? Acompanhe-nos em mais esta “espiadinha”!
        O futebol, tanto como prática de lazer quanto prática esportiva de alto rendimento, tem sofrido um processo de mercadorização em nossa sociedade.
        A venda dos direitos de imagem dos jogadores ou o uso  e  venda das marcas de patrocinadores, bem como a venda dos direitos de transmissões de jogos pela TV e, até mesmo, a venda de jogadores em altas transações formam um complexo e rendoso mercado (AZEVEDO e REBELO, 2001).
        Você sabe o que signiica mercado? Deve ter ouvido, em telejornais, expressões como: “o mercado está nervoso”, ou ainda, “o mercado de ações caiu”. A palavra mercadoria é derivada de mercado. O que ela signiica? Se, vivemos numa sociedade produtora de mercadoria, o que o futebol tem a ver com essas terminologias?

Vivemos numa sociedade que visa o lucro

     Digamos que você está em um passeio e, porventura, lhe dá fome, você vai até sua mala e percebe que esqueceu o lanche que havia preparado para comer. Mas não pode esperar até chegar em casa, pois está faminto e sai à procura de algum lugar que tenha algo para satisfazer sua fome. Chegando neste local, escolhe o alimento que deseja e se dirige ao caixa. Neste momento, é preciso pagar pela mercadoria que irá consumir. Mesmo que você não tenha esquecido o lanche que havia preparado, a procedência do mesmo pode ser da vendinha perto de sua casa e, portanto, também foi comprado. Ainda em nosso exercício de imaginação, agora você quer comprar uma bola, um rádio, ou algo que o agrade, que o distraia em momentos de lazer.
        Pois bem, aqui gostaríamos de dialogar com você sobre nossa sociedade, a sociedade capitalista, e como as mercadorias assumem papel central na produção de  toda a riqueza existente. No  futebol não é diferente. Como esporte espetáculo, suas mercadorias são vendidas aos torcedores e, entre elas, o jogador é uma mercadoria que pode estar à venda por um determinado preço.
        A riqueza de nossa sociedade baseia-se na acumulação de capital e dos lucros obtidos pela venda das mercadorias – feitas pelas mãos dos trabalhadores.
    Estas mercadorias são criadas para suprirem as necessidades humanas, sejam necessidades básicas ou necessidades criadas culturalmente. A mercadoria possui dois valores: o de uso e o de troca. O valor de uso diz respeito a sua utilidade, ou seja, a partir da necessidade é que se produz determinada mercadoria. Digamos que você necessita de roupa, então o produto “roupa” é criado para atender a sua necessidade, para que não passe frio em dias gelados, para que possa vestir roupas leves em dias quentes. O valor de troca da mercadoria serve para cumprir a necessidade da sociedade capitalista de acumular riqueza, aumentando o poço das desigualdades sociais entre ricos e pobres, grandes e pequenos consumidores. Essas desigualdades assolam, inclusive, o meio futebolístico.
        Assim como na sociedade, no futebol as desigualdades são enormes. Há jogadores cujo salário é superior a 5 milhões de reais por mês, como é o caso de Ronaldinho Gaúcho, enquanto outros ganham o salário mínimo em pequenos times sem nenhuma expressão, nem mesmo local ou regional.
        Os miseráveis do futebol também engordam as estatísticas do mundo da bola, as desigualdades e a injustiça são generalizadas, tanto no futebol, quanto na sociedade. Em reportagem que retrata estas desigualdades sociais no mundo do futebol, bem como o processo transformação do futebol em mercadoria, o jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria em 29 de fevereiro de 2000.


Com tanta riqueza por aí cadê sua fração?

Escrito por Sérgio Rangel

         Enquanto a parcela que ganha até dois salários mínimos cresce, o grupo composto pelos milionários do esporte vem diminuindo a cada temporada.
        Ao mesmo tempo em que o futebol brasileiro recebe investimentos nunca antes vistos, com os principais clubes firmando parcerias com multinacionais milionárias, os jogadores do país estão cada vez
mais pobres.
Segundo documentos oficiais do Departamento de Registro e Transferência da CBF  (Confederação Brasileira de Futebol) obtidos pela Folha, os ‘’boleiros ricos’’ integram uma parcela cada vez menor
no futebol brasileiro.
        De acordo com o levantamento, apenas 3,7% dos jogadores profissionais relacionados na entidade receberam mais de 20 salários mínimos no ano passado. Ou seja, 765 dos 20.496 jogadores registrados na CBF ganharam mais de R$ 2.720 mensais em 1999.
        Em 1998, a porcentagem de jogadores que integravam a elite do futebol nacional era de 4,3 %.
       Analisando as estatísticas dos últimos quatro anos, descobre-se que, enquanto o grupo que ganha até dois salários mínimos mostra uma tendência de crescimento, a parcela daqueles que recebem de duas a mais de 20 vezes esse valor apresenta inclinação contrária
        Em 1996, 81% dos proissionais do país recebiam até dois salários mínimos, número que pulou para 84,8% no ano passado (crescimento de 4,7%).
        Ocorre que a categoria dos miseráveis do futebol nacional foi engordada em 20% por atletas que, em 1996, estavam no grupo dos que ganhavam mais de dois salários mínimos (naquele ano, eles eram 19%, ao passo que hoje representam 14,7%).
        O fenômeno contrasta com a injeção de dinheiro observada recentemente no futebol do país, especialmente no ano passado.
        Em 1999, o Flamengo firmou contrato com a ISL pelo qual receberá cerca de R$ 145 milhões em 15 anos (a maior parte para o futebol), enquanto o Corinthians fechou acordo com o HMTF recebendo aproximadamente R$ 55 milhões por dez anos. Cruzeiro, Grêmio, Santos e Atlético-MG também acertaram recentemente parcerias milionárias com multinacionais.
        A CBF fechou, em 1996, contrato com a Nike para receber US$ 160 milhões (cerca de R$ 285 milhões) em dez anos.
        O levantamento da pirâmide salarial do futebol brasileiro é feito anualmente pela CBF, com base na palavra dos clubes. Todos os contratos são registrados, obrigatoriamente, na entidade.
        Mas a estatística tem distorções provocadas por clubes que não declaram o valor verdadeiro dos vencimentos. Muitos dirigentes obrigam os jogadores a assinar contratos no valor de um salário mínimo, mas pagam por fora até R$ 1.000 – o conhecido “caixa dois” (contabilidade paralela para recolher menos imposto).
        Mas como isso também ocorria em anos anteriores, os dados da CBF evidenciam o empobrecimento dos jogadores e voltam a exibir o enorme fosso que separa a minoria rica da maioria pobre.

Futebol brasileiro: Celeiro de craques,  ou mão-de-obra barata?

        Ao sul do mundo, este é o itinerário do jogador com boas pernas e boa sorte: de seu povoado passa para uma cidade do interior; da cidade do interior passa a um time pequeno da capital do país; na capital, o time pequeno não tem outra solução senão vendê-lo a um time grande; o time grande, asfixiado pelas dívidas, vende-o a um outro time maior de um país maior; e finalmente o jogador coroa sua carreira na Europa. Nessa corrente, os clubes, os donos do passe e os intermediários ficam com a parte do leão. E cada elo confirma e perpetua a desigualdade entre as partes, do desamparo dos times de bairro nos países pobres até a onipotência das sociedades anônimas que administram na Europa o negócio do futebol em nível mais alto. (GALEANO, 2004, p. 20).
      Quem nunca viu seu time vender aquele jogador que era destaque? Quem nunca ficou enfurecido por esta venda acontecer bem no meio  do campeonato?
       O jogador é um trabalhador como outro qualquer e, como tal, vende sua força de trabalho em troca de salário. O clube, como um ótimo capitalista, vê nesta mercadoria a oportunidade de obter lucro com a possível venda para outra equipe. Assim, está armada a cena para mais uma “espiada”, a venda de jogadores, (mercadoria) que atuam no Brasil, para clubes internacionais.
       O jogador, tratado como mercadoria por seu clube, vê, nesta transferência, a oportunidade de “mudar sua vida”, ganhar um ótimo salário e visibilidade mundial.
         O preço destes jogadores-mercadorias brasileiros é baixo em relação aos do mercado europeu, por uma série de fatores. Um deles é, sem dúvida, a péssima administração que cerca o esporte. O outro é a dificuldade financeira atravessada pelos clubes brasileiros. A crise econômica, que assolou o Brasil, causa impacto, também, nas possibilidades econômicas dos clubes. Estes não têm muitas escolhas, a não ser vender seu jogador a preços estipulados pelos clubes interessados.
        Outro provável motivo, que pode  ser  atribuído  ao barateamento dos  jogadores  transferidos ao mercado  internacional, diz  respeito ao valor agregado à suposta profissionalização internacional.
Um exemplo pode ser a transferência do jogador Kaká, atuando na época pelo São Paulo Futebol Clube, para o clube italiano Milan. Ao transferir-se para a Itália, Kaká tratou logo de “ajustar” sua imagem, e vendê-la junto com seu produto. O futebol europeu, através das grandes parcerias entre empresas interessadas em mostrar sua marca no cenário mundial, tem como forma de trabalho a vinculação de seus jogadores  à  imagem  de  uma  profissionalização  que  rende  aos  clubes milhões de dólares, e agrega ao valor do jogador quantias bem maiores que as pagas na compra de um jogador daqui do Brasil.
        Nossos clubes não conseguem manter contratos milionários com as empresas mais ricas do mundo por um motivo muito claro, nossa população é pobre, temos milhões de problemas financeiros e, principalmente, ninguém confiaria neste mercado, levando em conta o jogo capitalista. As relações de mercado têm forçado os clubes brasileiros a se enquadrarem na  lógica competitiva, da venda de mercadorias, assim como as demais estruturas da sociedade. Ficamos nós, torcedores (espectadores), “a ver navios”, com as mãos atadas pelo chamado mundo da bola, cada vez mais profissionalizado.         Finalizada  nossa  caminhada  pelos  bastidores  do  futebol, muitas questões ainda ficaram para “espiarmos”. Questões que não caberiam neste texto, ficando como tarefa a serem pensadas, posteriormente relacionando-as com as características da região onde você mora e, melhor que ninguém, saberá discuti-las e problematizá-las “dentro” e “fora” das quatro linhas.

        Responda as seguintes questões:

1. O que você compreende quando o autor do texto nos convida a “olhar por trás” das cortinas?

2. Descreva algumas das sensações que uma pessoa pode sentir assistindo a um jogo de futebol.

3. O que o autor do texto quis dizer com a expressão “futebol ópio do povo”?

4. O que você compreende por ideologia?

5. Como as ideologias são transmitidas para a população?

6. Na década de 70, para neutralizar a oposição ao regime, o governo fez uso de vários instrumentos de coerção. Cite-os.

7. O que fez, o governo do presidente Médici (1969-1974) para amenizar as crises existentes neste período?

8. Tanto na década de 70 no Brasil, quanto no Haiti em 2004, ambos os governo tiveram o mesmo interesse, explique.

9. De que forma o futebol pode influenciar na resolução de problemas sociais?


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Esporte

        Falar sobre o esporte, enquanto manifestação da Cultura Corporal, significa discutir o que este Conteúdo Estruturante foi, desde sua origem histórica até a atualidade. Esta abordagem permitirá reflexões sobre as possibilidades de recriar o conceito de esporte, por meio de uma intervenção consciente.
        No início do século XIX, o desenvolvimento da sociedade capitalista tornava cada vez mais profunda a divisão do trabalho – funções braçais, ligadas ao esforço físico e atividades intelectuais, ligadas ao intelecto. Essa divisão separava as pessoas em classes sociais, ou seja, classe
dirigente/elite e trabalhadores.
       Configurou-se um quadro em que a separação entre elite (econômica, política e intelectual) e trabalhadores se refletia nos costumes e formas de viver de ambas as classes. As classes sociais realizavam atividadesque as distinguiam entre si, e uma dessas atividades era o esporte.
        Os objetivos e significados da prática esportiva eram diferentes para cada classe social. Para a elite, o esporte distraía seus filhos, que ocupavam o tempo somente com o estudo. Para a classe trabalhadora, os chamados jogos populares estavam ligados às suas raízes culturais. A elite considerava vulgar o esporte realizado pelos trabalhadores, por essa razão, impôs outra forma de prática esportiva mais adequada aos costumes criados e valorizados pela elite.
       Você pode se imaginar vivendo naquela época? Tudo ainda era novo, as grandes indústrias estavam crescendo virtuosamente, e com tal crescimento havia também uma maior evidência das desigualdades que se instauravam. Essas desigualdades se evidenciavam e eram, potencialmente, fontes de revoltas, resistências e manifestações político-econômicas, ou seja, fontes de desestabilização da ordem vigente.
       A padronização das práticas esportivas e o estabelecimento de suas regras de maneira rígida, sem possibilidades de qualquer contestação e/ ou reflexão, contribuíam para a desmobilização de resistências, para o desenvolvimento da idéia de que questionar e quebrar regras são atitudes que impedem a organização e estabilidade social. Utilizou-se o esporte como estratégia educativa para o ocultamento e/ou mascaramento das lutas sociais.
       A difusão mundial da prática desportiva, porém, não foi imediata. A dimensão social alcançada pelo esporte, atualmente, contou com importantes
fatores, tais como: o surgimento de novas escolas para a classe média e redução da jornada de trabalho; formação de clubes esportivos; esporte como fator de contenção da classe trabalhadora; os jogos olímpicos como expressão máxima do fenômeno esportivo (ASSIS, 2001).
       Diante desta breve abordagem histórica, pode-se questionar: será que o esporte atual ainda está vinculado aos interesses da classe que o constituiu? Como identificar os vínculos políticos e sociais da prática esportiva na sua escola ou na sua comunidade? Essas perguntas não possuem respostas imediatas e serão debatidas ao longo deste livro. Certamente você já deve ter assistido, na televisão, a uma partida de qualquer modalidade esportiva. O que está contido nessa forma de lazer, além da sua diversão? Se analisarmos o contexto social em que vivemos e seus meios de comunicação, não será difícil observarmos que o esporte se transformou em mercadoria, sendo divulgado por meio da espetacularização. Mas, que objetivo tem a espetacularização esportiva? Sobre essa questão, veja o Folhas: “A relação entre a televisão e o voleibol no estabelecimento de suas regras.” Outra questão importante: o esporte foi utilizado de forma ideológica no Brasil? Sobre a possível utilização do esporte como instrumento ideológico, veja o Folhas: “O futebol para além das quatro linhas”.
       A inserção da prática esportiva nas escolas e a sua legitimação, enquanto manifestação cultural e educacional, estão ligadas ao desenvolvimento político e econômico da sociedade. No entanto, a abordagem pedagógica do esporte não reelaborou os preceitos e objetivos que deram origem ao fenômeno esportivo, o que trouxe sérias implicações
para o contexto escolar.
       Quantos jogadores de alto rendimento existem no nosso país? Essa pergunta pode levar você a outro questionamento relacionado ao acesso à prática desportiva na sua escola. Será que os alunos que não dominam perfeitamente a técnica para praticarem uma modalidade esportiva têm a oportunidade de participar ativamente das aulas de Educação Física? Não seria a prática esportiva escolar, tal qual se apresenta atualmente, uma forma de exclusão, igual a que se vincula ao esporte de alto rendimento? 
      A partir destas questões, você deve se perguntar sobre possibilidades de modificar as formas de atuação e vinculação do esporte no interior da escola. Seria possível pensar formas de recriar determinadas modalidades, sob aspectos ligados à competição, cooperação, prazer em jogar, sem considerar a técnica como fator decisivo? Algumas das respostas para essa última questão você poderá encontrar no Folhas intitulado “Eu faço uso do esporte, ou sou usado pelo esporte?”.
         Você já pensou como seria jogar com todos os colegas, sem excluir aqueles que não tiveram a mesma oportunidade de praticar uma modalidade? É realmente necessário jogar contra o seu colega? Não seria interessante que você jogasse com ele, respeitando as limitações e possibilidades de cada um?
         Todas essas alternativas compõem uma nova forma de pensar o esporte, que não descarta a idéia de competição, mas tem como fundamento o prazer, sem vinculação à lógica do individualismo egoísta e exacerbado, sem que você seja usado pelo esporte como forma de adequação às normas e regras sociais estabelecidas.
    É com esse objetivo que o convidamos a mergulhar no mundo esportivo, jogando, tanto na teoria como na prática, o esporte da escola, aquele realizado para você, para suas necessidades, para que você se divirta juntamente com sua turma, recriando outras formas de praticar e discutir o esporte, sem a estereotipação de movimentos, tampouco ideologias tidas como verdadeiras.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Avaliação Global de Educação Física 30/06/2011

Caros alunos estamos na semana que antecede a semana de avaliações globais. Por isso estou comunicando-lhes que a Avaliação de Educação Física será  na quinta-feira dia 30/06/11. Na mesma cairá questões sobre os seguintes conteúdos:

  • Apostila páginas 17 à 29  (Valências Físicas; Aptidão Física, Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida; Benefícios da Atividade Física.
  • Primeiro Aprender (Aula 7: Exercício Aeróbico e Aula 8: Anabolizantes).

Desejo a vocês bons estudos e ótimas notas em todas as disciplinas.


BOA SORTE!!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Atividade Física & Aptidão Física

Caros alunos vocês já devem ter se dado conta que surgiram novas expressões no vocabulário durante as aulas de Educação Física. No entanto estas não são tão novas assim, estão na mídia, na fala de alguns  médicos, agentes de saúde e até mesmo na escola: atividade física, aptidão física, saúde e qualidade de vida. Mas afinal o que significam e qual a relação que existe entre elas?

  • A atividade física (AO 1945: actividade física), em educação física e nos desportos, é definida como: "qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso". Podemos acrescentar que é também qualquer esforço muscular pré-determinado, destinado a executar uma tarefa, seja ela um "piscar dos olhos", um deslocamento dos pés, e até um movimento complexo de finta em alguma competição desportiva. Modernamente, o termo refere-se em especial aos exercícios executados com o fim de manter a saúde física, mental e espiritual; em outras palavras a "boa forma". No dia 6 de abril a Organização Mundial da Saúde (OMS) celebra o Dia Mundial da Atividade Física.  
  • Apitidão física se resume como sendo a capacidade de realizar as atividades cotidianas com tranquilidade e menor esforço. Existem duas abordagens, uma é a aptidão física relacionada à saúde e a outra é a relacionada à performance esportiva. Alguns autores a consideram como a aptidão para a própria vida. isso é bom, e tendo isso é bem melhor para viver se você tem uma boa.

Agora, para saber ainda mais sobre este assunto, leia as páginas 22, 23 e 24 da sua apostila de Educação física e responda as seguintes questões:


1. O que é atividade física?

2. "Atividade física é qualquer movimento corporal, inclusive o que as pessoas fazem no seu trabalho. entretanto, para os efeitos da Educação fśica não é bem assim". Explique.

3. Mesmo praticando atividade física no trabalho ou na escola e chegando em casa cansados, as pessoas devem praticar exercícios físicos? Por quê?

4. A musculatura esquelética produz que tipo de movimento?

5. Qual a diferença entre movimento voluntário e movimento involuntário? Cite exemplos.

6. O que é quilocaloria? e como é representada?

7. Explique o que voĉe compreende por aptidão física.

8. A aptidão física é determinada por uma série de fatores, cite alguns:

9. " Um carteiro, que passa o dia todo caminhando ou pedalando para cumprir suas atividades profissionais, possui uma condição física melhor do que uma pessoa que permanece sentada o dia todo na frente de um computador? Explique.

10. Como se chama o espaço de tempo reservado à prática de atividade física com o objetivo de melhorar a aptidão física? Cite exemplos.

11. Como os fatores hereditários, recebidos dos nossos pais, contribuem para a nossa aptidão física?

12. O que  podemos compreender  por "estilo de vida"?
























































segunda-feira, 16 de maio de 2011

Valências Físicas (1º ano)



Resistência Geral 
      
É um dos componentes básicos do rendimento desportivo, podemos definir como a capacidade que permite: Resistir psíquica e fisicamente à instalação da fadiga,diminuindo assim o risco de lesões, já que muitas estão associadas à fadiga, recuperar rapidamente dos efeitos do treino ou competição, realizar esforços de intensidade diversa, sob fadiga, suportar o ritmo de jogo até ao final, mantendo um nível de execução técnica elevado durante todo o jogo. 
Resistência Aeróbia
É a capacidade do indivíduo em sustentar um exercício que proporcione um ajuste cárdio-respiratório e hemodinâmico global ao esforço, realizado com intensidade e duração aproximadamente longas onde a energia necessária para realização desse exercício provém principalmente do metabolismo oxidativo. A melhoria da resistência aeróbia provoca os seguintes resultados nos atletas: aumento do volume do coração; aumento do número de glóbulos vermelhos e da taxa de oxigênio transportado pelo sangue; uma capilarização melhorada nos tecidos resultando numa melhor difusão de oxigênio; aperfeiçoamento dos mecanismos fisiológicos de defesa orgânica; redução da massa corporal; melhora da capacidade de absorção de oxigênio; redução da freqüência cardíaca no repouso e no esforço; diminuição do tempo de recuperação; pré-disposição para um ótimo rendimento no treinamento de resistência anaeróbia; aumento na capacidade dos atletas para superar uma maior duração nas sessões de treinamento.
Resistência Anaeróbia
A qualidade física que permite um atleta a sustentar o maior tempo possível uma atividade física numa situação de débito de oxigênio. É a capacidade de realizar um trabalho de intensidade máxima ou sub-máxima com insuficiente quantidade de oxigênio, durante um período de tempo inferior a três minutos. O desenvolvimento da resistência anaeróbia em atletas de alto nível possibilita o prolongamento dos esforços máximos mantendo a velocidade e o ritmo do movimento, mesmo com o crescente débito de oxigênio, da conseqüente fadiga muscular e o aparecimento de uma solicitação mental progressiva. A melhoria da resistência anaeróbia está correlacionada aos seguintes efeitos e características nos atletas: aumento das reservas alcalinas do sangue; aumento da massa corporal; melhoria da capacidade psicológica; aperfeiçoamento dos mecanismos fisiológicos de compensação; melhores possibilidades para os atletas apresentarem variações de ritmos durante as performances. 
Força Máxima
A força máxima (Fmáx.) é a maior tensão que pode ser executada, voluntariamente, pelos músculos numa determinada posição, ou seja, é o valor mais elevado de força que o sistema neuromuscular de um indivíduo consegue desenvolver com uma contracção máxima. É uma capacidade que serve de base ao desenvolvimento das outras formas de manifestação de força, sendo calculada, através da quantidade máxima de peso/força numa repetição única (1 repetição máxima – 1 RM). 

Força Dinâmica

É o tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência produzindo movimento, ou seja, é a força em movimento. Na maioria dos casos de treinamento esta qualidade física é desenvolvida nas fases de preparação física geral. Pode ser chamada também como força máxima, força pura ou força isotônica. A força dinâmica pode dividir-se em dois subtipos: Força absoluta, que é o valor máximo de força que uma pessoa pode desenvolver num determinado movimento; Força relativa, que é o quociente entre força absoluta e o peso corporal da pessoa.

Força Estática

Ocorre quando a força muscular se iguala à resistência não havendo movimento. É a força que explica o fato que ocorre a produção de calor mas não ocorrendo o movimento, é também conhecida como força isométrica. A força estática não está evidente em muitos desportos e sim em situações especiais das disputas onde ocorrem oposições para os gestos específicos da modalidade.
 
Força Explosiva
É a capacidade que o atleta tem de exercer o máximo de energia num ato explosivo. Pode ser chamado também de potência muscular. A força explosiva deve ser considerada em treinamento desportivo como força de velocidade, exigindo assim que os movimentos de força sejam feitos com o máximo de velocidade. Aconselha-se à força explosiva, um trabalho precedente de coordenação de domínio do corpo, sendo que, após o mesmo, empregar pequenas cargas com uso de medicinebol, sacos de areia, pesos leves, entre outros, pela necessidade de não perder-se velocidade de movimentos, além do uso de pequenas cargas possibilitar um maior número de repetições de exercícios.

Força Resistente
É a capacidade mista de força e resistência, permitindo manter ou repetir exercícios ou ações com um determinado nível de força, de forma constante, durante um longo período. Ou seja, é a capacidade de resistir ao aparecimento da fadiga nos esforços/competições que solicitam uma participação de força como é o caso do futebol.
Força de Reação
Presente na capacidade do sistema neuromuscular passar da contração excêntrica para a contração concêntrica. Visa potencializar a energia elástica presente nos movimentos dos jogadores, através da corrida e dos saltos, particularmente, nos músculos extensores dos membros inferiores, permitindo ao jogador concretizar de forma dinâmica e rápida as ações especificas do jogo.
Velocidade de Reação
É a capacidade que permite reagir a um estímulo característico do jogo (visual, sonoro, tátil), o mais rápido possível. A Reação a estímulos pode ser de dois tipos: Reação Simples, Reação Complexa. No futebol, a velocidade raramente se apresenta na sua forma pura mas sim associada à força rápida, à resistência e às capacidades coordenativas. Assume um papel decisivo na resposta às diversas situações/ações técnico/tácticas do jogo. Uma das características mais importantes na apreciação individual de um jogador é a sua velocidade (capacidade para reagir, para executar e se deslocar ).
Velocidade de Resistência
Resulta da combinação da velocidade e da resistência e podemos defini-la como capacidade de realizar ações frequentes e repetidas, durante o jogo, à máxima velocidade. Objetivando o aumento da capacidade para produzir energia através do sistema anaeróbio de forma rápida e contínua e acelerando a recuperação após a realização de exercícios de elevada intensidade.
Velocidade de Deslocamento
É a forma de manifestação da velocidade que permite percorrer o máximo espaço na unidade de tempo, depende em grande parte do dinamismo dos processos nervosos atuantes no sistema motor e que tem como variáveis principais as fibras de contração rápida. Pode-se considerar a velocidade de movimentos dependendo de três fatores: amplitude de movimentos, força dos grupos musculares como fatores coadjuvantes, eficiência do sistema neuromotor como fator básico. Muitos autores citam a velocidade como a capacidade motora mais importante no rendimento desportivo do futebol atual. Por isto a velocidade é cada vez mais o indicador do nível do jogo.
Coordenação
São capacidades que permitem coordenar os gestos motores mais complexos, utilizar racionalmente as habilidades motoras adquiridas e adaptá-las rapidamente às novas situações, permitindo executar movimentos de forma coordenada, eficaz e precisa, tanto em situações previsíveis como imprevisíveis. As capacidades coordenativas dizem respeito aos processos de organização, controle e regulação do movimento, ajudando no domínio de situações que exigem uma resposta rápida (reação motora) e racional, constituem a base de uma boa capacidade de aprendizagem, permitem identificar a posição do próprio corpo, ou parte dele, numa relação espaço-temporal, possibilitando uma economia de energia, já que, mais depressa e eficazmente poderão ser aprendidos movimentos novos ou difíceis, aumentando o equilíbrio mesmo em situações complexas, possibilitando a execução de gestos motores ou técnicos de acordo com ritmos pré-determinados.
Flexibilidade
é uma qualidade física evidenciada pela amplitude dos movimentos das diferentes partes do corpo num determinado sentido e que depende tanto da mobilidade articular como da elasticidade muscular. Os exercícios exigem um músculo estirado ou em extensão, que deve ser máxima, desde sua origem até o seu ponto de inserção. A musculação pode limitar a flexibilidade mas, se combinado com o trabalho de força, esse prejuízo pode ser evitado, já que sabe-se que não existe impedimentos para a coexistência entre flexibilidade e hipertrofia muscular nas mesmas zonas corporais. O calor auxilia muito o trabalho de flexibilidade. O treinamento da flexibilidade deve ter sessões frequentes, sempre seguido de um aquecimento. Quando for constatado o aparecimento de dores, deve-se interromper as sessões para que não ocorra qualquer tipo de lesão mais séria. O bom desenvolvimento da flexibilidade facilita o aperfeiçoamento da técnica do desporto em treinamento, dá condições de melhora na agilidade, força e velocidade, auxilia como fator preventivo contra lesões e contusões, entre outros, e provoca um aumento na capacidade mecânica dos músculos e articulações, ocorrendo assim, um aproveitamento econômico de energia durante o esforço.
Flexibilidade Estática
 Ocorre quando se mantém uma determinada posição durante um certo tempo. Está relacionada com a amplitude do movimento sem ênfase na velocidade (flexão do tronco à frente, de forma lenta, tocando no chão com a ponta dos dedos).
Flexibilidade Dinâmica 
Quando há uma mobilização, normalmente brusca dos segmentos corporais e com retorno quase imediato à posição inicial. Relaciona-se com a capacidade para conseguir uma determinada amplitude de movimento a uma certa velocidade.
Equilíbrio
É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade.
  • Equilíbrio Estático, é o equilíbrio conseguido numa determinada posição, e não deve ser treinado em separado nas sessões de preparação física devendo fazer parte dos treinos dos gestos técnicos específicos do desporto visado; 
  • Equilíbrio Dinâmico, é o equilíbrio conseguido em movimento e que depende do dinamismo dos processos nervosos, e seu desenvolvimento é obtido pela aplicação de exercícios técnicos do desporto em treinamento, podendo ser trabalhado juntamente com os fundamentos técnicos da modalidade; 
  • Equilíbrio Recuperado, é a recuperação do equilíbrio numa posição qualquer e, embora deva ser treinado em conjunto com os gestos técnicos, muitas vezes se impõe um preparo especial paralelo pela evidência de uma deficiência dessa valência em atletas.   

    Resistência Muscular Local 
    É a qualidade física que permite o atleta realizar no maior tempo possível a repetição de um determinado movimento com a mesma eficiência. O treinamento da resistência muscular localizada ( RML) está condicionada por variáveis fisiológicas e psicológicas como: as condições favoráveis de circulação sanguínea local, uma grande concentração de mioglobina nos músculos locais o que permite o maior armazenamento de sangue a nível muscular, a capacidade de consumo de oxigênio durante o esforço e a capacidade psicológica de resistir a uma repetição de esforço no mesmo grupo muscular. O desenvolvimento da RML apresenta alguns efeitos favoráveis: capacidade para execução de um número elevado de repetições dos gestos específicos desportivos; melhor elasticidade dos vazos sanguíneos; melhor capilarização dos músculos treinados; melhor utilização de energia; acumulação mais lenta de metabólitos nos músculos; maiores possibilidades para um trabalho posterior de desenvolvimento de qualquer tipo de força.

    Descontração

    Qualidade física neuromuscular oriunda da redução da tonicidade da musculatura esquelética, apresentando-se sob dois aspectos: descontração diferencial, é a valência física que permite a descontração dos grupos musculares que não são necessários à execução de um ato motor específico, colaborando para a eficiência mecânica dos gestos desportivos, além dos atletas executarem as técnicas desportivas específicas com um máximo de economia energética; descontação total, é a valência física que capacita o atleta recuperar-se dos esforços físicos realizados, estando ligada a processos psicológicos onde tem como variável principal a mente.


      ATIVIDADES
      1. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira: 
      a. Resistência geral   
      b. Resistência aeróbia
      c. Resistência anaeróbia
      d. Força máxima
      e. Força dinâmica
      f. Força estática
      g. Força explosiva
      h. Força resistente
      i. Força de reação
    (  ) É a capacidade do indivíduo em sustentar um exercício que proporcione um ajuste cárdio-respiratório e hemodinâmico global ao esforço, realizado com intensidade e duração aproximadamente longas;
    (  ) É a maior tensão que pode ser executada, voluntariamente, pelos músculos numa determinada posição;
    (  ) Ocorre quando a força muscular se iguala à resistência não havendo movimento. 
    (  ) Podemos definir como a capacidade que permite: Resistir psíquica e fisicamente à instalação da fadiga,diminuindo assim o risco de lesões;
    (  ) É a capacidade que o atleta tem de exercer o máximo de energia num ato explosivo. Pode ser chamado também de potência muscular. 
    (  )  Visa potencializar a energia elástica presente nos movimentos dos jogadores, através da corrida e dos saltos, particularmente, nos músculos extensores dos membros inferiores, permitindo ao jogador concretizar de forma dinâmica e rápida as ações especificas do jogo.
    (  ) é o tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência produzindo movimento, ou seja, é a força em movimento.
    (  ) É a capacidade mista de força e resistência, permitindo manter ou repetir exercícios ou acções com um determinado nível de força, de forma constante, durante um longo período.
    (  ) A qualidade física que permite um atleta a sustentar o maior tempo possível uma atividade física numa situação de débito de oxigênio.


    2. Assinale  V para verdadeiro e F para falso:
    (  ) Velocidade de resistência é a capacidade que permite reagir a um estímulo característico do jogo (visual, sonoro, tátil), o mais rápido possível.
    (  ) As capacidades coordenativas dizem respeito aos processos de organização, controle e regulação do movimento, ajudando no domínio de situações que exigem uma resposta rápida (reação motora) e racional;
    (  ) A velocidade de reação resulta da combinação da velocidade e da resistência e podemos defini-la como capacidade de realizar ações frequentes e repetidas, durante o jogo, à máxima velocidade. 
    (  ) Velocidade de Deslocamento é a forma de manifestação da velocidade que permite percorrer o máximo espaço na unidade de tempo, depende em grande parte do dinamismo dos processos nervosos atuantes no sistema motor e que tem como variáveis principais as fibras de contração rápida.
     
    3.  Marque a alternativa correta: "É a capacidade do indivíduo executar movimentos de grande amplitude, por si só ou sob influência de forças exteriores, através da mobilidade articular e da elasticidade muscular [...]"     
    a. velocidade          b. força          c. flexibilidade          d. equilíbrio          e. Resistência
     
    4. Marque a alternativa correta: "É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade".        
      a. velocidade         
      b. força         
      c. flexibilidade         
      d. equilíbrio         
      e. resistência
      5. Marque a alternativa incorreta:   
      a. a flexibilidade estática ocorre quando se mantém uma determinada posição durante um certo tempo.    
      b. flexibilidade dinâmica é quando há uma mobilização, normalmente brusca dos segmentos corporais e com retorno quase imediato à posição inicial.    
      c. flexibilidade estática está relacionada com a amplitude do movimento com ênfase na velocidade (flexão do tronco à frente, de forma lenta, tocando no chão com a ponta dos dedos).    
      d. flexibilidade dinâmica relaciona-se com a capacidade para conseguir uma determinada amplitude de movimento a uma certa velocidade.    
      e. nenhuma das alternativas está incorreta.
    1. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira:
         
    (1)Equilíbrio Estático   
    (2)Equilíbrio Dinâmico
    (3)Equilíbrio Recuperado  
     
    (  ) é a recuperação do equilíbrio numa posição qualquer e, embora deva ser treinado em conjunto com os gestos técnicos, muitas vezes se impõe um preparo especial paralelo pela evidência de uma deficiência dessa valência em atletas. 
    (  ) é o equilíbrio conseguido em movimento e que depende do dinamismo dos processos nervosos, e seu desenvolvimento é obtido pela aplicação de exercícios técnicos do desporto em treinamento, podendo ser trabalhado juntamente com os fundamentos técnicos da modalidade;  
    (  ) é o equilíbrio conseguido numa determinada posição, e não deve ser treinado em separado nas sessões de preparação física devendo fazer parte dos treinos dos gestos técnicos específicos do desporto visado;


    1. Explique o que é resistência muscular.

    2. O desenvolvimento da RML apresenta alguns efeitos favoráveis, cite-os:

    9. Complete a seguinte frase: ________________é a qualidade física neuro muscular oriunda da redução da tonicidade da musculatura________________.

    10. Cite os dois tipos de descontração muscular e explique-os.


    Para saber mais sobre este assunto acesse::  

    http://profemersonpaim.blogspot.com/2009/06/as-valencias-fisicas.html

    http://sergioantunes.com/web/index.php?option=com_content&task=view&id=21&Itemid=42